01 dezembro 2007

' A ti, garanto-te que ninguém se compara. '

O tempo de andar descalça por chãos alcatifados de estrelas desapareceu.
O Sol que brilhava no céu escondeu-se, de repente, e nunca ninguém me ensinou a gostar de dias chuvosos... O arco-íris que trago ao pescoço parece destoar dentro de dias tão escuros, mas não me separo dele, confiante de que ainda me poderá ir aquecendo. E lá fora, já não me conhecem (não me conheço) de outra forma.
No meio das pilhas de cartas que guardo desde a infância, há uma especial, escrita em papel com cheiro a flores silvestres. Veio de longe e é a recordação mais tocável que eu posso ter do meu amor imaginário. Sempre que a abro, sinto-a como se tivesse acabado de chegar à minha caixa de correio.
Leio-a vezes que não sei contar e, por cada uma dessas vezes, ouço a voz dele ao longe, a dizer-me aquelas palavras. Imagino-o muito longe daqui, noutra cidade, a ser feliz sem mim e sinto a dor da distância na pele.
O tempo de ficar deitada na relva, a olhar as nuvens no céu, desapareceu.
O chão está gelado e há sorrisos que já não me acordam os dias - mais um Verão que se foi.
Enrolo-me nos braços deste frio, que me diz que o tempo de correr descalça pelo mundo terminou. E é assim que, mais uma vez, começo a calçar as minhas meias amarelas...


Porque hoje é tempo de ser forte,
e atar os ténis com dois nós.

5 comentários:

SA. disse...

Com dois nós.
Dias virão em que possamos andar descalços de novo.


(gosto tanto de te ler^^)

Daniela disse...

o verão já vai chegar e novo ritinha. já não falta muito.
além disso sempre vêm aí as férias de natal e a passagem de ano, que vamos passar todos juntos ^^


vais ter muitos sorrisos à tua volta amiga. não falta muito. *

éme. disse...

Pois eu acho que as tuas meias amarelas se deixam calçar nos teus pés para que eles aqueçam a pele toda e a deixem morninha... ainda que o amarelo não seja a mais quente cor do arco-íris, mas é com ela que se pinta o Sol, quando se é pequenito e quer ser igual à luz das coisas que toda a gente sabe perceber...

(sim, caso contrário o Sol, podia pintar-se de roxo, às riscas, lilás, assarapantado de azul, verde, às pintinhas, sei lá que mais... mas se se quer que nos entendam, então é assim, calçam-se os amarelos nos pés e deseja-se o Sol, de novo, a tocar-nos a cabeça!)

raquel disse...

Rita, o mesmo senhor diz: "Penso: quando você não tem amor, você ainda tem as estradas."

é isso, por mais que continue a doer.*

Anónimo disse...

Uma coisa que não tem nada a ver: então estiveste com a minha irmã naquela festarola que é o Avante?