A noite só cai para quem tem olhos de vidro.
Para mim, a noite sempre caiu todos os dias, a toda a hora. Os meus olhos são do vidro frágil que parte com o peso pouco. As minhas lágrimas são das que fazem ver estrelas brilhantes no céu. Esfrego os olhos a toda a hora, desde que acordo. Não é por acaso, nem por sono, nem por preguiça.
A noite só existe para quem tem, como olhos, corações de saudade. O meu não podia ter mais retalhos de recordações.
A minha vida era como um livro, mas sempre lhe faltou o final feliz. Podia ser como um filme, mas eu sempre a imaginei como um livro. Com o tempo, aprendi a ter sempre um sorriso guardado no bolso. Com o tempo, aprendi também a distinguir os abraços vazios dos abraços carregados de amor – e estes fizeram-me sempre mais feliz no momento, mas também me custaram mais lágrimas quando recebia dos outros.
As minhas noites caem precoces e trazem fantasmas com elas. Esfrego os olhos e aparece-me um rosto familiar à frente, como uma estrela cadente caída no céu. O abraço é feliz e carregado de emoção. Não importa que mudes de penteado e de maneira de vestir se esse sorriso é sempre o mesmo. Hei-de sempre reconhecer-te por muito que mudes, porque pôr do direito essas montanhas viradas ao contrário... Isso tu não és capaz.
Já não ouço a voz infantil e risonha ao ouvido que me fala dum ponto quente, nem a que me chama de rose button. Mas recebo um beijo na testa de despedida e deixo-me consolar.
As mentes pouco sãs atraem tragédias, mas vida, principalmente. São as que vivem numa imensa noite, ora quente ora fria, com o prazer de presenciar a passagem duma estrela cadente, uma vez por outra.
Não consigo deixar de me sentir frágil com os meus olhos e coração de vidro. Com a juventude presa ao escuro que me rodeia.
O fogo de artifício acabou e à segunda vez já não sabe ao mesmo. O céu volta a escurecer.
Mais uma lágrima que se seca com a manga da camisola, mais uma estrela que se apaga no escuro céu. Esfrega os olhos, Rosie, e adormece assim mais uma vez.
Hoje guardo em mim o desejo que, secretamente, metade do mundo guarda dentro de si também: quem me dera não ser eu.
Para mim, a noite sempre caiu todos os dias, a toda a hora. Os meus olhos são do vidro frágil que parte com o peso pouco. As minhas lágrimas são das que fazem ver estrelas brilhantes no céu. Esfrego os olhos a toda a hora, desde que acordo. Não é por acaso, nem por sono, nem por preguiça.
A noite só existe para quem tem, como olhos, corações de saudade. O meu não podia ter mais retalhos de recordações.
A minha vida era como um livro, mas sempre lhe faltou o final feliz. Podia ser como um filme, mas eu sempre a imaginei como um livro. Com o tempo, aprendi a ter sempre um sorriso guardado no bolso. Com o tempo, aprendi também a distinguir os abraços vazios dos abraços carregados de amor – e estes fizeram-me sempre mais feliz no momento, mas também me custaram mais lágrimas quando recebia dos outros.
As minhas noites caem precoces e trazem fantasmas com elas. Esfrego os olhos e aparece-me um rosto familiar à frente, como uma estrela cadente caída no céu. O abraço é feliz e carregado de emoção. Não importa que mudes de penteado e de maneira de vestir se esse sorriso é sempre o mesmo. Hei-de sempre reconhecer-te por muito que mudes, porque pôr do direito essas montanhas viradas ao contrário... Isso tu não és capaz.
Já não ouço a voz infantil e risonha ao ouvido que me fala dum ponto quente, nem a que me chama de rose button. Mas recebo um beijo na testa de despedida e deixo-me consolar.
As mentes pouco sãs atraem tragédias, mas vida, principalmente. São as que vivem numa imensa noite, ora quente ora fria, com o prazer de presenciar a passagem duma estrela cadente, uma vez por outra.
Não consigo deixar de me sentir frágil com os meus olhos e coração de vidro. Com a juventude presa ao escuro que me rodeia.
O fogo de artifício acabou e à segunda vez já não sabe ao mesmo. O céu volta a escurecer.
Mais uma lágrima que se seca com a manga da camisola, mais uma estrela que se apaga no escuro céu. Esfrega os olhos, Rosie, e adormece assim mais uma vez.
Hoje guardo em mim o desejo que, secretamente, metade do mundo guarda dentro de si também: quem me dera não ser eu.
11 comentários:
olá Rita.
são 08.57 e já li isto umas cinco vezes para ter a certeza de que de devo sorrir e não chorar.
eu gostei do abraço que te dei porque fui direitinha a ti de braços abertos, aquilo custou-me o mundo todo ali.
Ás tantas já não sei quem é que sou eu, mas sei sim. eu continuo a mesma, mas já não consigo estar (tão?) triste; o sorriso das montanhas ao contrário (nunca percebi muito bem isso...) vai-se abrir sempre para ti minha menina. Podes ter a certezinha. eu a ti guardo-te no bolso forrado a vermelho. não tenhas dúvidas.
ficaste-me.
não sei como nem porquê, mas essas coisas não se movem pela razão, pois não?
um beijinho na testa (e outro... e outro...)*
C.
eu não sei que dizer.
falaram-me de um jardim chamado saudade. o meu peito é repleto de saudades, memórias e imagens de colos e abraços fugazes e de outros que ficaram tanto tempo mas tiveram também de partir. Caí dos sorrisos da maior parte das pessoas... E não quero mais que isso me doa. Nem a ti. Porque Rita, tu és tão bonita que doi. Bonita de verdade... sabes? *
eu cá gostava de não te ter dado um beijo na testa de despedida, eu cá gostava de ter ficado*
(estas palavras doeram.)
Leio as palavras que escreves e lembro os abraços e a voz sussurada ao ouvido tantas e tantas vezes...
Sabias que ao escrever de ti escreves dos outros?
tenho tanta pena de nao te ter encontrado a tempo. podes crer q te dava um abraço super apertado!
*amor*
AVISO!!!!
Este texto - http://dente-de-marfim.blogspot.com/2007/07/inveja.html - é PLAGIADO do «Abrupto» de Pacheco Pereira!
A menina Kanoff - CUJO BLOG É TODO PLAGIADO - fingiu apagar o anterior blog - e transferiu tudo!
___
Hi5: http://kanoff.hi5.com/
porra, que forte.
*
Este texto é excelente, mesmo!
Dark kiss.
Gostei do teu blog.... Parabéns Rita-.
adorei este texto em particular. Mas também de todo o blog. :) **
:'(
também devo ter olhos de vidro e um coração de saudade... apesar de (tentar) ser forte, tantas vezes desato a chorar sozinha. e ao pé dos outros também costumo ter um sorriso, mesmo contrariado. (acho que as pessoas costumam ficar felizes apenas porque sorrimos). e ás vezes custa... bah o que apetece não é rir. (é fugir)
mas os amigos ajudam sempre.
por isso:
obrigada ritinha! :')
*
Rita,
Às vezes, não sabemos bem porque fazemos as coisas ou porque deixamos de as fazer... acontece... e é tudo... já visitei várias vezes este blog e de cada vez sempre me impressionou a simplicidade e a beleza com que a maioria dos textos estão escritos. Desde sempre pensei em deixar um qualquer comentário, uma qualquer frase que pudesse dar um pouco de força à "menina" que o escreve. Mas nunca o tinha feito... até hoje.
Não te vou dar nenhum conselho nem escrever nada de extraordinário. Apenas dizer-te que vale a pena...
A Vida é uma grande Aventura!!
beijinhos,
Ricardo
P.S. Acho que tinha o direito de escrever um comentário... Quanto mais não seja por ter escrito um livro que tem o mesmo nome do blog... :)
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