Sabes o que é ter sentimentos sem voz e sem nome a morar dentro de ti?
Eu sei.
É ter uma vontade crescente. Imensa. De imensas coisas. E não ter vontade. De nada. Ao mesmo tempo.
É ter uma força incontrolável, que nasce numa zona secreta das minhas pálpebras e as faz querem-se fechar... antes do tempo.
É querer demais as tuas mãos. Nas minhas. E os teus olhos, presos a um céu brilhante, numa noite de sonhos. É querer as tuas gargalhadas, diluídas numa brisa fresca que teima em brincar com os meus cabelos.
É querer-te. Em mim. E sentir-me ridícula, por ser assim... Comigo. Mas já nem isso importar.
É ter palavras a mais, guardadas numa repartição secreta do coração. Palavras pesadas. Querer cuspi-las. E não ser capaz... De qualquer das maneiras, de que me iriam servir? Há coisas que não se explicam com letras.
Talvez tenha sido esse o meu mal. Ter desejado que fosses capaz de consumir as minhas palavras, ao mesmo tempo que me consumirias a mim. E consumiste-as, sim. Depressa demais. Sem perceberes que eram feitas duma sonorização especial, por serem de mim... para ti.
Consumiste-me a mim também, sim. Não toda. Só... partes. Sonhos e desejos. Sorrisos e alegrias. E eu nem me importei... Achei que tinha de ser assim. Dar, para poder receber... Recebi o quê, mesmo? Desculpas...? Pois foi.
E eu só gosto de ti. De Ti... Mais e mais. E ainda era capaz de te deixar levar mais um sorriso, se assim quisesses. Se assim existissem...
Já reparaste o quanto me gasto em palavras? Que, às tantas, nem me valem de nada. Mas eu só queria poder passar uma vida inteira a tentar escrever o teu sorriso. Cada letra, cada detalhe. E acabaria por se tornar sempre impossível torná-lo nítido numa folha de papel. Mas eu não me iria importar. E iria continuar a tentar escrevê-lo. Porque seria a coisa mais bela, de sempre.
Estou triste.
E sabes que mais? Nunca me importei tanto com isso como hoje.
8 comentários:
oh*
A tristeza é tão transitória como a mais transitória das coisas; deixa-a escorrer como se fosse uma água de um rio que te banhe a mão, deixa-a adormecer na água fria da corrente. Um dia destes acordas, vês o sol, ouves outro sorriso, cheiras outras flores, e já nem te lembras porque andavas triste. Xi e as melhoras. Do texto nem perciso falar,nê?
blá blá blá.... honestamente não gostei... a vida é muito mais que isso.
Kisses
Mas tu ainda estás triste????... Prometo-te que ainda vais encontrar um outro "gajo" melhor que esse ....
Kiss
lindo! não sei o que te dizer... *
sinestésico*
ai que raiva!
pois é... que raiva! Compreendo o título, aliás, percebo-o demasiado bem e foi "ele" que me fez saltar esta palavra à ponta dos dedos: raiva!
Há pessoas tontas, que não sabem gostar ou esquecem o que é gostar... essas pessoas levam as outras, as que gostam de gostar, a ficar com a impressão de ser uma "chatice" ser gostado...
são, as primeiras pessoas, essas, que se esqueceram de gostar e de gostar que gostassem delas,
são tontas!
"Não é o amor que é eterno... é a capacidade de amar que resiste para sempre", diz uma amiguita minha com pouco mais de 16 anos. Acho que ela tem (quase) a razão toda. mas há gente distraída. e que se esquece...
*
(eu, nunca peço desculpa por gostar! e, quando estou triste, não há palavra alguma que me saia...)
e olha, Rita, para quem não gosta de números e se cansa um bocadinho de tanto estimar as letras... tens uma atitude bem artisticamente matemática: avanças, persistente, mesmo que tudo pareça conduzir a coisa nenhuma! Valente! :)
É... sentimentos angustiantes...
Mas, gostei muito.
Olha, moça, eu nao te conheço, estive a ler este blog e achei espectacular* Sensações negativas, mas tao profundas... Mesmo lindo, a serio*
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