Pegaram em mim e adormeceram-me, à força.
Lembro-me de ver coisas brilhantes e fininhas e pontiagudas, antes dos olhos se fecharem.
Quando uma delas veio em direcção a mim, acho que comecei a sentir os Tic – Tac’s do relógio a aumentarem de velocidade... Os Tac’s caíam apressados aos pés dos Tic’s, e os Tic’s não se faziam esperar. Uma melodia frenética, que me fazia sentir aquele maldito ponteiro dos segundos dentro do peito.
Depois vim a perceber que, possívelmente, era só o meu coração a bater mais depressa.
Sempre tive muitos medos. Agulhas, era só mais um.
Pegaram em mim e amachucaram-me. Como um bocado de papel, onde se desenham dedos tortos e estrelas e bolinhas e coisinhas, das noites sem sono. E onde se escrevem coisas sentidas... Que mais tarde fazem chorar, e dão vontade de destruir cada uma daquelas letras.
Um bocado de papel que se amachuca. Para esquecer.
Eu fui uma folha de papel. Rasgada. E todos se quiseram esquecer de mim.
A minha mãe não me abraçou. O meu pai não me sorriu. O meu irmão não me beijou a testa.
Não me quiseram explicar nada. E eu não entendi...
Quando acordei, só pude ver aquela marca feia, no peito. Que nem doía. Que nem me fazia chorar...
Roubaram-me o coração e deram-no a uma menina de olhos bonitos. Disseram que ela precisava mais dele do que eu. O dela era fraquinho e o meu não...
Disseram que eu não o tratava bem, e que ele iria ficar melhor com ela...
Não sei se alguém foi recompensado por isto. Mas, se calhar, foram lá ao sítio onde acaba o arco-íris buscar o pote de moedinhas de ouro, e distribuíram-no pela minha família. E eles entregaram-me às coisinhas brilhantes e fininhas e pontiagudas.
Já não sinto.
Roubaram-me o coração sem me pedir licença. E, agora, há por aí uma menina de olhos bonitos a viver o que é meu. A sentir o que eu tinha lá guardado. A sentir(-me).
Às vezes, sangra. E as paredes deixam de ser brancas.
Às vezes, oiço uma música de fundo, numa voz doce e clara. E eu acompanho-a, baixinho...
Às vezes, precisava de deixar de me lembrar daquela voz que dizia ‘Fica quieta, não vais sentir nada’.
Precisava dum beijinho. E dum abraço. Com cuidado...
Porque há cicatrizes que já não desaparecem.
Lembro-me de ver coisas brilhantes e fininhas e pontiagudas, antes dos olhos se fecharem.
Quando uma delas veio em direcção a mim, acho que comecei a sentir os Tic – Tac’s do relógio a aumentarem de velocidade... Os Tac’s caíam apressados aos pés dos Tic’s, e os Tic’s não se faziam esperar. Uma melodia frenética, que me fazia sentir aquele maldito ponteiro dos segundos dentro do peito.
Depois vim a perceber que, possívelmente, era só o meu coração a bater mais depressa.
Sempre tive muitos medos. Agulhas, era só mais um.
Pegaram em mim e amachucaram-me. Como um bocado de papel, onde se desenham dedos tortos e estrelas e bolinhas e coisinhas, das noites sem sono. E onde se escrevem coisas sentidas... Que mais tarde fazem chorar, e dão vontade de destruir cada uma daquelas letras.
Um bocado de papel que se amachuca. Para esquecer.
Eu fui uma folha de papel. Rasgada. E todos se quiseram esquecer de mim.
A minha mãe não me abraçou. O meu pai não me sorriu. O meu irmão não me beijou a testa.
Não me quiseram explicar nada. E eu não entendi...
Quando acordei, só pude ver aquela marca feia, no peito. Que nem doía. Que nem me fazia chorar...
Roubaram-me o coração e deram-no a uma menina de olhos bonitos. Disseram que ela precisava mais dele do que eu. O dela era fraquinho e o meu não...
Disseram que eu não o tratava bem, e que ele iria ficar melhor com ela...
Não sei se alguém foi recompensado por isto. Mas, se calhar, foram lá ao sítio onde acaba o arco-íris buscar o pote de moedinhas de ouro, e distribuíram-no pela minha família. E eles entregaram-me às coisinhas brilhantes e fininhas e pontiagudas.
Já não sinto.
Roubaram-me o coração sem me pedir licença. E, agora, há por aí uma menina de olhos bonitos a viver o que é meu. A sentir o que eu tinha lá guardado. A sentir(-me).
Às vezes, sangra. E as paredes deixam de ser brancas.
Às vezes, oiço uma música de fundo, numa voz doce e clara. E eu acompanho-a, baixinho...
Às vezes, precisava de deixar de me lembrar daquela voz que dizia ‘Fica quieta, não vais sentir nada’.
Precisava dum beijinho. E dum abraço. Com cuidado...
Porque há cicatrizes que já não desaparecem.
/me on Placebo - Protège Moi
10 comentários:
Os corações sao demasiado sobrevalorizados. Fazem-nos acreditar em mentirar. Sao teimosos e maltrapilhos.
beijo*
corações são teimosos e maltrapilhos (como diz aqui o comentário anterior)... que engraçada expressão!
ainda que haja cicratizes que não desaparecem... são necessárias, essas marcas, porque nos indicam... outros caminhos!
e fazermo-nos à vida é preciso. Com cuidado... como dizes!
' Eu tomo conta de ti e tu tomas conta de mim '
Se calhar o teu coração está em mim, também. Mas eu acho isso bom... Os amigos sentem-se. Assim... de sentir pertinho sempre juntinho. Mas não o tenho todo. Sabes, devias-lhe entrar no peito, clandestinamente. Devias entrar-lhe na vida, sorrateiramente. Devias entrar. Nela. Assim só para lhe dizer que a vida (dela) é mais que o teu coração [o teu coração... é vermelho, não é? é forte e intenso e cheira a incenso. Dos quentes.].
Eu não sei se isto faz sentido. Nem se precisa de fazer. Não deve precisar. Nem sempre é preciso entender para amar.
Eu vou romper-te o peito e dar-te um coração. O coração. Aquele que é teu. Para a apatia branca não te envolver. Mais nenhuma vez. Deviamos todos acreditar no amor... vale a pena.
Um abraço apertado. Mas com cuidado. Para não ficares sem uma pétala.
E um beijinho. E uma estrela, para te sentares quando estiveres ' cheia ' da vida cá de baixo.
tens sempre um abraço meu.
e tens-me sempre sempre sempre aqui.
apara pisarmos as folhas e esquecermos as cicatrizes que [todos] um dia nos fizeram.
tens aí uma coisinha bonita dentro de ti.
secalhar tb és uma menina com um brilho qualquer nos olhos... secalhar és...
gosto de ti assim.
e gostava de te dar assima mão e dizer que no fundo não há tempo e que não passa de uma estúpida conspiração para aqueles que sentem demais...
deixa lá...
daqui a uns amanhãs lvamos dar um passeio*
e eu ofereço-te um gelado (desta vez tens que deixar!) e levo amendoins. e sabes... prometo que sorrimos.
porque mesmo que ande alguém aí a sentir[-te] tu és capaz de sentir ainda mais.
eu sei disso.
psssiuuuu*
C.
A cicatriz sara mas a marca fica, para sempre. O abraço podes procurá-lo e o beijinho de certeza que não irá tardar.
Quanto ao resto, aquela parte da falta de visitas, sei do que etás a falar. Mas a justiça será feita.
Beijinhos
...e que cicatrizes são essas que insistes em esconder em vez de as revelares?
O tempo cura todas as cicatrizes...
Aqui estou eu para te dar esses beijinhos, e um abraço bem grande... e dizer-te que tudo vai passar!!!
Jinhus e um abraço
as cicatrizes para mim são como kriptonite. quando se está perto do que a sprovocou, seja de que maneira for, são capazes de dar cabo de nós... Mas longe de nós ou do nosso pensamento são só mais uma maneira de sabermos que somos vulneráveis a alguma coisa *
procuro uma pomada
pra fechar a ferida
por onde entra a dor e vaza
vida
abs do arruda, cá do brasil
A saudade não é sentimento
É só recordação que do passado resta
Ferida já sarada que a pele recorda
Sonho indefinido para quem acorda
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