Está a chover. Está a chover tanto... E eu não consigo parar de pensar que são as tuas lágrimas que caem do céu. E eu não consigo parar de pensar que és tu, sentado naquela nuvem grande e cinzenta, a chorar...
Guardo cada gota de água que cai do céu naquele frasquinho de vidro, onde ficava guardada a compota de morango. Como se te limpasse as lágrimas do rosto... Como se as visse crescerem-te nos olhos cansados e as matasse, antes de as deixar suicidarem-se algures pelo teu pescoço.
Já tenho cinco frascos cheios de gotas de água. Cinco. E não pára de chover. E não vai parar de chover... A nuvem grande e cinzenta está cada vez mais escura... Cinco frascos cheios de lágrimas. Tuas. E não vais ser capaz de parar de chorar...
Já só tenho mais um. Um último frasco de vidro, onde guardava a compota de morango. Sei que o vais encher de lágrimas. E, quando ele começar a transbordar de gotinhas brilhantes, não terei mais frasquinhos de vidro. Já não serei capaz de te guardar. De te colar, de novo. Vou deixar-te desfazeres-te em gotas de água. Geladas. E brilhantes.
Vão cair no chão e perder-se de Nós. Vais perder-te. Eu vou perder-te. A terra vai engoli-las. A terra vai engolir-te... E os meus seis frasquinhos de vidro onde, noutros tempos, guardei compota de morango, não significarão nada.
Seis fracos. E chove tanto que precisaria de mais seis. E mais seis. E mais seis... Para te ter por inteiro. Para, mais tarde, tos entregar e dizer: ‘toma, estás aqui’.
Tenho as mãos molhadas. De ti. Diluis-te em mim. Gelado. Como se nunca sequer tivesses sido a parte mais quente de mim... Em mim.
Chove tanto... Dentro e fora de Nós. E a dimensão de todas estas gotas de água a caírem do céu é igual ao que sinto por ti. Grande demais para caber em seis frascos de vidro, onde se guardava compota de morango. Grande demais para me caber no peito...
Um dia, também eu me hei-de desfazer em gotinhas brilhantes. Mas quentes. Um dia, também o que sinto por Nós será grande demais para me caber no coração e irá transbordar para fora dele. E, nesse dia, a nuvem que está hoje cinzenta ficará cor-de-rosa.
Está a chover. Está a chover tanto...
Pára de chorar, meu amor. Já morreste demais por hoje. *
Guardo cada gota de água que cai do céu naquele frasquinho de vidro, onde ficava guardada a compota de morango. Como se te limpasse as lágrimas do rosto... Como se as visse crescerem-te nos olhos cansados e as matasse, antes de as deixar suicidarem-se algures pelo teu pescoço.
Já tenho cinco frascos cheios de gotas de água. Cinco. E não pára de chover. E não vai parar de chover... A nuvem grande e cinzenta está cada vez mais escura... Cinco frascos cheios de lágrimas. Tuas. E não vais ser capaz de parar de chorar...
Já só tenho mais um. Um último frasco de vidro, onde guardava a compota de morango. Sei que o vais encher de lágrimas. E, quando ele começar a transbordar de gotinhas brilhantes, não terei mais frasquinhos de vidro. Já não serei capaz de te guardar. De te colar, de novo. Vou deixar-te desfazeres-te em gotas de água. Geladas. E brilhantes.
Vão cair no chão e perder-se de Nós. Vais perder-te. Eu vou perder-te. A terra vai engoli-las. A terra vai engolir-te... E os meus seis frasquinhos de vidro onde, noutros tempos, guardei compota de morango, não significarão nada.
Seis fracos. E chove tanto que precisaria de mais seis. E mais seis. E mais seis... Para te ter por inteiro. Para, mais tarde, tos entregar e dizer: ‘toma, estás aqui’.
Tenho as mãos molhadas. De ti. Diluis-te em mim. Gelado. Como se nunca sequer tivesses sido a parte mais quente de mim... Em mim.
Chove tanto... Dentro e fora de Nós. E a dimensão de todas estas gotas de água a caírem do céu é igual ao que sinto por ti. Grande demais para caber em seis frascos de vidro, onde se guardava compota de morango. Grande demais para me caber no peito...
Um dia, também eu me hei-de desfazer em gotinhas brilhantes. Mas quentes. Um dia, também o que sinto por Nós será grande demais para me caber no coração e irá transbordar para fora dele. E, nesse dia, a nuvem que está hoje cinzenta ficará cor-de-rosa.
Está a chover. Está a chover tanto...
Pára de chorar, meu amor. Já morreste demais por hoje. *
11 comentários:
Está tão bonito. Bonito.
Sabes, Ritinha, eu acho que o Amor se (des)faz sempre em lágrimas e sorrisos.
Eu às vezes acho que escrever é uma mentira necessária. Não há nenhuma palavra tão exacta que consiga ser fiel a um sentimento. A mentira é o nosso meio de comunicação... mas, sabes, esse Vosso Amor é mesmo de verdade* até nós bocadinhos de papel.
Amo-Te minha Duende Mágica*
ele chove em ti...
ele molha te com ele...
entao ele fica guardado em ti.
um dia vais entregar te por completo a ele e dizer lhe "toma.. tas aqui."
*
quem me dera que a chuva fosse embora de vez. pelo menos a dos meus olhos.
[desculpa Rita. se algum dia pensei que conseguia mesmo voar. e se me repito nisto tudo. ]
*
C.
sentado na nuvem não se chora, cuida-se dos que morrem em terra
Está tão lindo... Triste, mas lindo.
«sad songs are love songs». Eu digo que textos tristes são textos de amor.
...já viveu demais por hoje.
Beijos
Os melhores amigos nao sao aqueles que nos limpam as lágrimas... mas sim os que as deixam escorrer nos seus ombros (frasquinhos)...
Há-de parar sim, Rita... e há-de vir para ti, só para ti um dia cheinho de de sol...
Um abraço meu anjinhu
é impossível não gostar do que escreves... continua sempre*
Oh
Está tão lindo !!
E se comprares mais compotas ??
Eu posso te dar algumas. De pêra e baunilha. Fazemos sandes pa dar aos pobres e depois com os frascos tu apanhavas as gotas.
É boa ideia. Ou não ? Se não é desculpa, só queria ajudar.
Bj*
Kell
Depois da Tempestade vem a Bonança.
Doro-ti*
sabes, rita... as tuas palavras depositam-me um sorriso no peito e uma lágrima nos lábios.
és linda. :*
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